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Análise global aponta que empresas estão dispostas a pagar mais por serviços melhores; no Brasil, processo de inovação está em estágio inicial


A DHL divulgou na primeira quinzena deste mês seu mais recente estudo sobre logística via transporte terrestre. O relatório revela que a evolução acelerada do setor está mudando a maneira de pensar das empresas ao adquirir suas soluções de transporte.

A pesquisa global, realizada com profissionais que contratam serviços de transportes e profissionais de operações, revelou que 83% das empresas estão dispostas a pagar mais por serviços melhores e com mais valor agregado, contanto que eles forneçam um retorno mensurável sobre seus investimentos.

Denominado “The logistics transport evolution: the road ahead”, o trabalho  é um relatório da DHL Supply Chain que usa os dados coletados pela Lieberman Research Worldwide, LLC (LRW) para identificar os fatores que estão impactando a logística via transporte terrestre e como a indústria está se adaptando à nova fronteira de soluções disponíveis. O relatório constatou que cada vez mais, em todos os setores e regiões, as empresas enxergam o transporte terrestre como mais do que uma simples commodity tática, sendo que 71% já o consideram como um componente estratégico de seus negócios. As empresas concordam que há uma correlação direta entre o transporte terrestre e o desempenho nos negócios, e três quartos (75%) dos entrevistados acreditam que investir tempo e recursos no transporte terrestre causa um impacto positivo direto sobre as vendas da empresa.

Na opinião do líder Global de Transportes e CEO América Latina da DHL Supply Chain, Javier Bilbao, transporte é, sem dúvida, um aspecto crítico do ambiente mundial de negócios e os resultados do relatório indicam que empresas de todos os setores e mercados estão começando a reconhecer também seu valor estratégico.

“Realizamos este estudo para ter uma visão exata do que as empresas esperam de seus provedores de serviços de transporte, no presente e no futuro. Nossa pesquisa nos mostrou que, cada vez mais, os clientes estão buscando soluções completas com alcance global, pois oferecem a capacidade de resolver uma ampla gama de problemas e requisitos de transporte.”

Algumas mudanças globais no ambiente de negócios foram identificadas como revolucionárias para o cenário do transporte terrestre. Entre elas, o crescimento exponencial do comércio eletrônico e suas implicações no atendimento foi um fator identificado por 65% das empresas como causador de impactos significativos em suas cadeias de suprimento, a serem sentidos ao longo dos próximos um a dois anos.

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“De acordo com as descobertas da nossa pesquisa de digitalização, a tecnologia será fundamental para atravessarmos essa nova era do transporte terrestre. A capacidade da inteligência artificial (IA) e das soluções analíticas de dados de gerenciar o perfil do pedido e os padrões de envio dos modelos operacionais cada vez mais complexos e exigentes dos clientes, otimizando custos e serviços, sinaliza que eles agora são vistos como serviços essenciais, e não mais como meros benefícios adicionais”, acrescente Bilbao.

Embora essa mudança na dinâmica do setor esteja sendo observada em todas as regiões, nota-se, de acordo com o estudo, certa variação também em função da maturidade do mercado e das demandas impostas às transportadoras por suas bases de consumidores.

Na América Latina, por exemplo, a consideração prioritária na escolha de um fornecedor de transportes terrestres é a entrega dentro do prazo, enquanto que na Europa, por sua vez, onde o mercado é mais maduro, a otimização de redes é o foco principal das transportadoras.

Demandas brasileiras

No Brasil, o cenário é bastante semelhante, mas traz algumas peculiaridades. O diretor de Transportes da DHL Supply Chain Brasil, Fábio Miquellin, explica que devido às suas dimensões continentais e diversidade climática por região, o Brasil apresenta grandes desafios no setor de transporte. Ele cita, por exemplo, a falta de segurança e infraestrutura adequada à demanda atual, rotas muito longas e, em alguns casos, a necessidade de monitoramento e controle de temperatura dos produtos. “Soma-se a isso um sistema tributário complexo e a grande concentração de empresas e indústrias na região Sudeste do País e temos um cenário que demanda ainda mais soluções inovadoras para a manutenção da competitividade das empresas”, completa.

De acordo com o executivo, o processo de inovação em transportes no Brasil está em estágios iniciais, mas já apresenta iniciativas concretas e com impactos significativos em termos de ganho de eficiência. “Vemos que o mercado vem se movimentando na busca de sistemas e tecnologias que fazem uso de big data, digitalização de processos e machine learning na área de transportes. Na DHL, inclusive, estamos avançando constantemente no uso e implementação diária destas ferramentas em nossos processos, além de já trabalharmos com equipamentos semiautônomos e uso de realidade aumentada para treinamentos”, conta.

Outro item mapeado no setor de transportes é a crescente exigência de alguns clientes pelo controle e redução de emissão de carbono no meio ambiente. “Como na DHL”.

Fonte: Tecnologistica NEWS